quinta-feira, 17 de abril de 2014

Telexfree - A fraude da Madeira

A empresa norte-americana é acusada pelas autoridades dos Estados Unidos de actuar num esquema de Ponzi, apesar de se apresentar como operador de telecomunicações que actua sobre internet. Em Portugal, a Telexfree tem “divulgadores” sobretudo na Madeira.
A TelexFree, empresa norte-americana de telecomunicações sobre internet (Voip), foi acusada pelas autoridades norte-americanas de actuar de acordo com um esquema de pirâmide financeira, conhecido por Ponzi, em que os agentes da operadora, apelidados de “divulgadores”, têm um retorno garantido mesmo que não vendam serviços de telecomunicações. Uma fraude financeira avaliada em mil milhões de dólares e que, em Portugal, pode afectar os “divulgadores” que a empresa tem, sobretudo, na Madeira.

"A TelexFree é apenas um velado esquema de pirâmide financeira cujo foco foi a comunidade de trabalhadores dos Estados Unidos e do Brasil", escreve a Divisão de Valores Mobiliários da Secretaria de Estado de Massachusetts, citada pela edição electrónica da revista brasileira “Veja”. De acordo com este relatório, só no Massachusetts, estado norte-americano em que a empresa tem sede, a TelexFree angariou 90 milhões de dólares (65 milhões de euros), através da actuação dos seus “divulgadores”.

A nível global, a empresa terá angariado mil milhões de dólares (722 milhões de euros).

"Apesar do capital ser impressionante, as operações da TelexFree são insustentáveis, sem um fluxo contínuo de capital novo", alerta o relatório. "A base financeira da empresa é o recrutamento de novos membros e a postagem de anúncios na internet e não a venda de serviços de telecomunicação por Voip. Mesmo sem ter de vender um Voip, o participante tem um retorno garantido de 200% a 250%”, descrevem as autoridades norte-americanas.
 

Depois de ser conhecida a posição das autoridades norte-americanas, na segunda-feira, 14 de Abril várias filiais da TelexFree entraram com pedidos de falência no Estado do Nevada. Em comunicado citado pela imprensa dos Estados Unidos, a empresa diz esperar ter recursos para reestruturar a sua operação e manter-se em funcionamento.

“Antecipámos as operações globais para continuar a oferecer aos nossos clientes produtos e serviços de qualidade. Decidimos dar este passo porque acreditamos num plano de reestruturação”, justifica Stuart MacMillan, CEO da TelexFRee, no comunicado citado em diversos órgãos de comunicação e que foi divulgado no site da empresa.

A empresa de consultoria A&M - Alvarez & Marsal foi escolhida para acompanhar a reestruturação da TelexFree. Uma lista com nomes de 30 maiores “divulgadores” está já a circular na Internet, cujos nomes foram entregues pela empresa à A&M, sem que esses divulgadores citados sequer soubessem da operação. Entre os credores estão três residentes na Madeira, escreve o “Diário de Notícias do Funchal”.

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